NVIDIA leva a renderização de gráficos para a nuvem

Primeiro foi a computação de nuvem (cloud computing),
depois o armazenamento na nuvem e agora a NVIDIA tem uma terceira opção: renderização gráfica baseada na nuvem.

No dia 30 de novembro, a NVIDIA lançará sua plataforma RealityServer. Ela terá
um servidor baseado em hardware executado nos servidores de renderização Tesla
RS (!) com um mínimo de oito GPUs, com escalabilidade para 32 ou até 100. De
acordo com a NVIDIA, uma versão para desenvolvedores do software RealityServer
3.0 poderá ser baixada gratuitamente e permitirá a implantação de aplicações não comerciais.

A premissa por trás do RealityServer é bem simples. A maioria dos usuários de
PCs estão acostumados com a renderização de gráficos em 3D via GPU ou placa de
vídeo. Os estúdios de cinema e casas de desenvolvimento, que vem encarando o
desafio de renderizar cenas cada vez mais complexas, usam uma série de
servidores ou estações de trabalho em rede local conhecida como "rendering
farm". O RealityServer eleva este conceito e isola estes servidores do usuário
através da internet em uma configuração de nuvem.

O Google Earth usa uma técnica similar, armazenando uma pequena parte dos dados
no PC do usuário e fazendo o streaming dos dados adicionais conforme o usuário
navega pelo mapa virtual. Mas de acordo com a NVIDIA, isto tem um ponto fraco: a geometria do mundo virtual é calculada usando o mecanismo gráfico local (a placa de vídeo do PC), o que deixa alguns dispositivos móveis de fora.

Disponibilizar todo esse poder de renderização também apresenta um dilema: se os gráficos forem simples, as estações de trabalho e as placas de vídeo 3D tornarão o RealityServer irrelevante. Mas a latência e as limitações de largura de banda impostas para a renderização baseada na nuvem tornariam a renderização de vídeos praticamente impossível.

Para contornar este dilema, o RealityServer renderizará imagens estáticas
complexas usando ray tracing, uma técnica que modela o voo de fótons individuais conforme eles são refletidos e refratados através de várias superfícies e texturas. Ficará por conta dos clientes o fornecimento de software front-end e aplicações que tirarão vantagem da tecnologia, como uma fabricante de carros que usa o RealityEngine para renderizar seu novo modelo e um software para mudar sua cor dinamicamente.

O RealityServer fica entre o foco da NVIDIA - renderização de cenas 3D complexas em poucos segundos - e da Mental Images, comprada pela empresa dois anos atrás.
A Mental Images visa fornecer imagens com o maior realismo possível, mesmo que a renderização delas leve horas ou dias.

"E se você pudesse combinar os talentos das duas? Bem, você conseguiria algo
realmente impressionante", disse Dan Vivoli, da NVIDIA. "E o fato é que o que
fizemos foi combinar esta habilidade, esta renderização foto realística, com o
poder de processamento paralelo da GPU para oferecer isto para as pessoas
através da web".

O RealityServer é baseado na arquitetura Tesla e na nova geração da tecnologia
Fermi lançada pela NVIDIA no último dia 30 de setembro. E no Tesla RS fica o
iRay, o "primeiro renderizador fisicamente correto do mundo", de acordo com Rolf Herken, CEO e CTO da Mental Images.

O iRay interagirá com a maioria dos programas de CAD e seus usuários poderão
criar front-ends para o RealitySoftware em Flash, AJAX, DHTML e Silverlight,
acessando os dados com aparelhos como o iPhone, disse ele.

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